quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Aminha história, parece com a sua?

Hoje aos 38 anos de idade, sou formado em pedagogia por uma faculdade particular. Comecei a estudar já um pouco tarde, acredito que aos sete anos de idade em Sobral. Quando cheguei a Fortaleza fui fazer a 1ª série do 1º grau no colégio Castelo Branco, ali já comecei com dificuldade, a escola era longe da minha casa, pois eu morava próximo Avenida dos expedicionários, mais precisamente próximo ao prédio que hoje é a Ettufor. Neste período já havia greves de professores! Depois de concluir o ano escolar fui morar com uma senhora na Avenida Visconde do Rio Branco, onde passei 2 (dois) anos de minha vida. Lá eu fazia trabalhos domésticos e estudava em uma escola Municipal. Sempre fui um sonhador e alguém que adora a liberdade de ir e vir e de expressão, logo fui a  procura de outro meio de vida. Aos treze anos decidi sair desta casa onde eu constantemente era tolhido pelas senhoras com quem convivi durante 2 (dois) anos, mas que também foram pessoas importantes para formação da minha personalidade. Logo quando sai desta casa consegui uma vaga na Febemce - Fundação do bem estar do menor, fui trabalhar no supermercado Romcy da gentilândia, depois no Jumbo da Bezerra de Menezes, em pouco tempo fui convidado para ir à São Paulo, de cara não pensei duas vezes e aceitei imediatamente, era uma oportunidade de conhecer a maior cidade do país, e  de ter uma liberdade menos vigiada, logo cemecei a fumar. Eu tinha apenas 13 (treze) anos e uma mente aguçada e sedenta por liberdade total, meu apelido era gordinho, em apenas um mês fiquei seco em vida. Foi apenas um mês e o suficiente para ficar magro e bem diferente, ao retornar as pessoas pessavam que eu estava com aids, pois foi neste período de 1986 para frente que a doença se popularizou. Em São Paulo, ainda comecei a estudar, foram só alguns dias, mas pude sentir a diferença na qualidade da educação, a escola em que me matriculei, era municipal, mas parecia na época um colégio Cearense em Fortaleza. Retornando a Fortaleza procurei retornar as minha atividades no supermercado e retornei para o Romcy Montese, o melhor período da minha vida. Recebia meio salário mínimo e ainda recebia uns trocados que se tornava um bom dinheiro, onde me mantinha e ainda ajuda minha mãe nas despezas. Depois do Romcy Montese, trabalhei no Romcy Aldeota e no Romcy Solon Pinheiro, neste último vi muitas mazelas pelo centro, crianças se drogando, furtando e se prostituindo. A medida em que o tempo passava, eu sempre pensava em ser alguém de posses, por isso a educação para mim, sempre foi prioridade, sempre trabalhando e estudando. Ao completar 18 (dezoito) anos não poderia mais ficar no supermercado, então fui atrás de sobreviver de outra forma. Logo quando saí do supermercardo fui vender purificador de àgua, durante um mês, andei muito por fortaleza, gastei muito dinheiro com passagens, e durante esse período consegui vender apenas um purificador de àgua, foi aí que eu percebi que não seria um bom negócio e resolvi desistir desse trabalho. Foi a pior experiência da minha vida em termos de trabalho. Estudava, mas também sonhava. Logo quando completei a maior idade me escrevi no programam Irapuã Lima, onde cantei e fui gongado, mas não me arrependo. Apesar de ter sido gongado, fiquei satisfeito, pois enfrentei os meus medos e pela primeira vez uma plateia, foi uma experiência e tanto. Meu primeiro trabalho de carteira assinada foi na Confeitaria Escala no Centro da Cidade, onde trabalhei como balconista e chapeiro, ainda hoje considero um dos meus melhores empregos, a confeitaria ainda existe na praça do Ferreia como L'escsale. Trabalhei um ano completo, quando saí, a minha idenização só foi suficiente para pagar uma bota (tênis) M2000. Em seguida fui trabalhar em uma outra lanchonete, mas por pouco tempo, o salário era  pouco e a carteira não era registrada, depois disso fui trabalhar na Casa da Construção na Avenida Domingos Olípio, quando a Avenida ainda não tinha sido alargada, lá entrei como contínuo e em seguida promovido a auxiliar de escritório, neste período já pai de Joyce Kelly, onde recebia 2 (dois) salários mínimos somente para ela, morava na casa de minha irmã na lagoa do Opaia, estudava no Colégio Municipal Filgueiras Lima, onde comecei no movimento estudantil, onde fui presidente do Grêmio D. Hélder Câmara, quando viajei para o Congresso da UBES em São Paulo. Mas para que tudo isso acontecesse tive que sair do meu emprego, pelo movimento estudantil, uma loucura! Não me arrependo, pois esse período da minha vida  foi mágico,  quando aprendi de fato o que é liberdade e o preço dela. Depois dessas experiências fui trabalhar na Vucunha no Maracanaú, onde entrei como ajudante de produção e logo com apenas 3 (três) meses fui promovido para Revisor de tecido, para mim não foi nenhuma surpresa, pois fui muito dedicado e competente no que eu fiz, pretenção? Não! Eu sempre procurei me sobressair dos demais, isso é natural, não preciso forçar nada, sou compromissado, prestativo, amigo e compreenssivo, um pouco ortodoxo, confesso, mas maleável. Na Vicunha trabalhei um ano e oito meses, pedi para ser demitido para trabalhar como cobrador de ônibus na empresa CTC, mas foi uma frutração, trabalhei apenas um ano e fui demitido por me envolver com o movimento sindical. Estava de atestado e antes mesmo de acabar o atestado resolvi voltar e me escrever na eleição da CIPA, fui barrado e demitido, indignado com a injustiça, entrei na justiça pedido reintegração, mas foi em vão, várias audiências e nada se resolvia, foi então que sem saída resolvi vender Loteria do Sonho e Poupa Ganha, tudo isso para poder me manter as minhas necessidade e de minha família. Sugiu na comunidade a oportunidade de um curso gratuito para cabeleleiro, fiz e exerço a profissão até hoje. Já formado cabeleleiro, resolvi fazer um acordo para comprar o meu material e trabalhar. Fiquei trabalhnado paralelamente com a loteria dos sonhos e cortando cabelo em casa. Consegui fazer um ponto para mim e lá fui trabalhar em 1999, onde trabalho até hoje. Durante um bom tempo me mantive somente com o ganho do salão. Iniciei minha faculdade em 2002 com a ajuda do meu irmão valdecy, que pagava a metade da minha faculdade, infelismente as dificuldade chegaram e meu irmão não pode mais me ajudar, então resolvi trabalhar em outra atividade paralelamente para concluir minha faculdade. Talvez os fatos não esteja organizados cronológicamente, mas não impota! Com certeza entenderão a história. Já fazendo parte do movimento estudantil, cheguei a fundar grupos com amigos do movimento, me aproximei de políticos e fundei uma intituição comunitária no Passsré, onde presidi por 4 (quatro) longos anos, onde dei uma parada nos estudos para me dedicar o movimento comunitário, durante esse período compreendido entre 1996 a 2000, fiquei muito conhecido  na comunidade e apoiei muitos políticos, entre eles Barros Pinho, Claudio Barros Pinho, Dummar Ribeiro e outros.  Cansado de apoiar candidatos e não ver os resultados esperados resolvi cadidatar-me a Vereador em 2004. Não havia pretensão de ser eleito, apenas um protesto por ajudar tanto outros candidatos e não ver resultados concretos que justificasse o meu empenho em conseguir votos para os candidatos. Sendo candidato fiquei mais conhecido e mais respeitado pela comunidade e políticos. Durante esse período eu já havia começado uma faculdade de pedagogia, já tinha trancado e após as eleições de 2004 resolvi retornar a faculdade e não mais parar até concluir. Assim fiz, hoje formado em pedagogia, cursando Matemática na UECE, mas pensando em desistir, por não acompanhar as aulas. Atribuo isso a má educação que durante minha vida recebi na escola pública, as greves dos professores durante todo o perríodo e a falta de acesso a tecnologia e as condições necessárias e mínimas de conforto para estudar e aprender. Hoje percebo que educação nunca foi prioridade para político nenhum, pois desde que comecei a estudar não vejo melhoras, vejo o aumento da oferta, mas não vejo qualidade e nem valorização do magistério. Mas como essa é  aminha história tenho que continuar e lutar por tudo aquilo que acredito e sonho. Desde de criança, quis ser advogado, mesmo sem noção eu queria, hoje com conciência continuo querendo e é isso que eu pretendo fazer daqui prara frente. Atulamente trabalho como Assessor Técnico da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, estou ganhando melhor, morando melhor, e em condições melhores, isso me faz refletir o quanto é diferente a educação de uma criança de condições mínimas ou sem condições para uma criança de poder aquisitivo melhor.
Vou parar por aqui, vou deixar o tempo seguir, a minha história não acabou. A continuidade será o meu presente no futuro....