quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Votar nulo, não garante novas eleições.


Certo dia conversando com um amigo, fui indagado – Edilson, se mais da metade da população votar nulo, será feito uma nova eleição? Respondi, não sei, mas vou pesquisar!
Como estudante de direito, me senti na obrigação de dar uma resposta concreta e fundamentada.
Resolvi pesquisar na internet e no código eleitoral, lei nº 4.737 de 15 de Julho de 1965.
Veja o que diz o caput do art. 224 dessa mesma lei, “Se a nulidade atingir a mais da metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.”
Conforme o texto do artigo, para mim, o entendimento será que haverá novas eleições, mas para a Assessora da Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais, Polianna Pereira dos Santos, isso é FALSO.
Ela explica que o termo “nulidade” refere-se à constatação de fraudes nas eleições, onde o eleito cassado obteve mais da metade dos votos e dessa forma haverá novas eleições, mas até para isso, dependerá da época da cassação, pois, poderá haver eleições indiretas.
A contabilização dos votos só se dará através dos votos válidos, deixando de lado os votos brancos e nulos.
Dessa forma se na eleição de determinada cidade tiver apenas um candidato e todos votarem brancos e nulos e apenas o candidato votou nele mesmo, ele será considerado eleito, pois a contagem é feita a partir dos votos válidos.
E para esclarecer ainda, podemos afirmar que votar branco ou nulo, ajudará quem estiver na frente, pois ele precisará de menos votos para se eleger.
Mais uma informação importante! Se mais de 50% dos eleitores não comparecerem as urnas para votarem, não haverá outra eleição, isso também é mito. O eleitor perderá a oportunidade de escolher o seu candidato se abstendo do voto, deixando que outros decidam por você o destino das eleições.
Nunca foi fácil tomar uma decisão tão relevante para o país, escolher entre tantos o mais preparado, o mais coerente com suas convicções, o que apresenta as melhores propostas necessárias para o país.
Deixemos de lado as simpatias e as paixões, sim, pois nem sempre o mais bonito, o mais falante ou que aparece na frente das pesquisas é o melhor. Assistas os debates e analise o histórico da cada candidato, mas cuidado, não existe perfeição, por isso é uma escolha difícil.
Diante da situação exposta, aconselho aos eleitores que analise bem os seus candidatos, principalmente deputados e senadores, pois serão eles, os responsáveis pelas leis, fiscalização e projetos de lei, como a reforma da previdência, trabalhista, judiciária e tantas outras que o pais necessita para dar segurança aos brasileiros e resgatar a confiabilidade interna e externa para o crescimento do nosso país.